ÁMEN - Um Mantra Cristão 
Por Ariel
Revista Rosacruz de Portugal.

O som (ou música) é um poder físico e não apenas emocional, intelectual ou espiritual. O corpo reage directamente a certas ressonâncias, timbres e ritmos, factos bem conhecidos desde o alvor da civilização.

Mantras Cristãos

O uso dos mantras baseia-se no efeito do som sobre a matéria. A matéria (e o nosso corpo físico) está num estado de vibração contínua. Qualquer pensamento, desejo ou som altera as vibrações básicas do corpo. O mantra actua, portanto, segundo as leis da ressonância. Existem vários métodos para combinar sons vocais, padrões instrumentais e harmónicos com a teoria da "palavra de poder". O mais antigo conceito de "palavra de poder" (ou "palavra perdida) está associado com o "centro da laringe", à emissão do som criador e à sua acção organizadora (talvez ainda alguém se lembre das "figuras sonoras" usadas para despertar a atenção dos alunos: grãos de areia e partículas de pó derramado numa placa de vidro assumem formas simétricas muito bonitas quando o bordo da placa é tangido por um arco de violino). Na palavra amén há duas vogais orais: "a" e "e". A passagem de "a" a "e" é uma consoante nasal, "m". A terminação é também uma nasal, "n". A técnica consiste em concluir a ressonância da letra "a" com o zumbido murmurante final da letra "n". Esta letra "empurra" o som para cima, até ao nariz, produzindo efectivamente uma ressonância no interior das narinas, nas cavidades nasais superiores e na região limítrofe. É a região indicada como o "assento do espírito interno" ou "centro de energia da testa". Está directamente ligada ao corpo vital, que é sensibilizado pela oração e o ponto de partida do desenvolvimento espiritual, A ressonância física da letra "n" é o prenúncio do despertar desse centro de energia porque ajuda os veículos internos a organizarem-se.

O efeito físico dos mantras aum e amén é bem diferente. O primeiro faz vibrar a região do ventre e do púbis. O segundo, pelo contrário, faz vibrar a cabeça, a garganta e o tórax. Segundo a maneira de pensar e sentir do asiático, o centro da vida humana está no ventre. Bem pelo contrário, no Ocidente, o homem vive "graças à sua cabeça". Este exemplo alerta claramente para a inconveniência de os ocientais usarem métodos desenvolvidos no Oriente.

Cabe ainda referir a segunda condição para a eficácia do mantra: a maneira correcta de o dizer, em estado de "consciência mântrica". Handel dá-nos uma lição sobre a arte de pronunciar tão importante mantra como é o amén, na sua oratória O Messias. É onde encontramos uma das suas ex-pressões mais poderosas. E se quisermos outro exemplo poderemos recorrer ao rosacruciano Bach e à sua Missa em Si menor para ouvirmos (e sentirmos) o tremendo efeito do Hosana.

Bibliografia

Berendit, Joachim-Ernst - The World is Sound, 1991; Cuttat, J. A. - O Encontro das Religiões, 1968; Goldman, Jonatham - Healing Sounds, The Power of Harmonics, 1992; Stewart, R. J. - Music and the Elemental Psych, 1987; Vasconcelos, Evaristo de - Do Mantra Oriental à "Oração-de-Jesus", in "Brotéria", nº 5-6, vol. 136 (1993).

written by Jário Araujo
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